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Melancia
Novembro 23, 2020
HORTIFRUTI/CEPEA: Impactos das recentes chuvas à produção de HF
Comercialização e qualidade são afetadas pelas intempéries

Por Caroline Ribeiro e equipe HF Brasil
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HORTIFRUTI/CEPEA: Impactos das recentes chuvas à produção de HF Ver fotos

Piracicaba, 23 – Chuvas de moderada a forte intensidade atingiram diversas regiões do País na semana passada (15 a 21/11). No estado de São Paulo, por exemplo, temporais causaram transtornos em várias áreas entre quarta e quinta-feira (18 e 19), com registros de alagamento e até queda de granizo. Para os hortifrútis, além de danos nas roças, atacadistas de SP relataram certa retração na demanda, devido ao clima chuvoso e às menores temperaturas. Confira os impactos para algumas das culturas acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea:

Alface – O clima mais "frio" e chuvoso na capital paulista inibiu as vendas de folhosas na Ceagesp. Por outro lado, as precipitações possibilitaram o reabastecimento dos reservatórios de grande parte das roças de São Paulo. Porém, os impactos da estiagem ainda são observados, tanto no desenvolvimento das alfaces com o ciclo mais avançado (mais debilitadas pela seca), quanto na qualidade. No Rio de Janeiro, pancadas de chuva – até mesmo com granizo – danificaram a produção e o aspecto das folhas. Além disso, a variabilidade climática e umidade favoreceram a proliferação de bacterioses.

Batata – Os fortes temporais, com granizo, causaram danos em algumas lavouras do País. No Sul de Minas Gerais, diversas roças de batata receberam chuvas volumosas – porém, até o momento, não são esperados grandes prejuízos, já que as plantas estavam em final de ciclo. No Paraná, Palmas teve casos pontuais de lavouras atingidas. Já no Rio Grande do Sul, Bom Jesus foi amplamente afetada, em cerca de 30% das roças de batatas já plantadas – representando 10% da área total. Em Vacaria e São José dos Ausentes, alguns talhões também foram danificados. As lavouras gaúchas, que já vinham com expectativa de baixo rendimento, em função da estiagem, agora devem ter a produtividade ainda mais prejudicada pelas tempestades e granizo, uma vez que boa parte delas estava em período crítico de desenvolvimento.

Cebola – As recentes precipitações no Vale do São Francisco (PE/BA) e, principalmente, em Irecê (BA), comprometeram a qualidade de parte dos bulbos, pressionando os valores na região e, também, a nível nacional. Segundo previsão da Climatempo, até o fim desta semana (23 a 27/11), precipitações podem atingir Bahia e Pernambuco – o que deve continuar impactando na colheita e na qualidade das cebolas locais.

Citros – As chuvas ocorridas no interior de São Paulo, acompanhadas de fortes ventos e de granizo, resultaram em queda de laranjas dos pés em alguns pomares. Este cenário, ainda que pontual, agrava a limitação de oferta de frutas. Vale lembrar que os pomares já estavam debilitados pela estiagem recente. Por outro lado, as precipitações têm feito com que alguns pomares de laranja apresentem sinais de novas floradas – mas o cenário é bastante distinto entre as cidades citrícolas, devido aos diferentes volumes de chuvas e sistemas de cultivo (irrigado ou sequeiro).

Maçã – Na segunda-feira (16/11), uma chuva de granizo atingiu diversas localidades no Sul do País, inclusive municípios produtores de maçã, como Vacaria (RS), Bom Jesus (RS) e São Joaquim (SC). Agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea relataram que os impactos variaram de acordo com as áreas, uma vez que a intensidade da chuva e o tamanho das pedras não foram uniformes. Nas três cidades, em áreas sem proteção de tela antigranizo, houve casos de pomares que tiveram danos bastante severos nos frutos em formação, enquanto, em outros, as lesões foram mais leves. Nesta época do ano, esse tipo de evento climático é comum, mas a maior preocupação é justamente com o fato de serem ocorrências localizadas e intensas. Além disso, o momento é bem crítico: com os frutos em formação, uma queda de granizo, agora, pode levar ao aumento na proporção de maçãs Cat 3 ou até ao descarte para a indústria posteriormente à colheita.

Manga – Chuvas ocorreram nas regiões produtoras de São Paulo (Monte Alto/Taquaritinga), mas ainda em volumes insuficientes para compensar os períodos de seca. Contudo, muitos lugares registraram granizo e fortes ventos e, assim, as frutas foram “machucadas” e derrubadas dos pés. Até o momento, as mangas paulistas estão com boa qualidade fitossanitária, porém, daqui para a frente, com a retomada da umidade, problemas como antracnose e bacteriose podem aparecer.

Melancia – As chuvas registradas em Itápolis e Marília/Oscar Bressane (SP) beneficiaram as lavouras de melancia. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, as precipitações aliviam os danos causados pela estiagem prolongada na região e devem contribuir para a melhora na qualidade das melancias. Entretanto, vale ressaltar que, mesmo com maior volume de chuvas, muitas roças não terão recuperação de produtividade, por conta de viroses e menor desenvolvimento dos frutos.

Melão – De acordo com agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, as chuvas e o clima ameno no Sudeste foram alguns dos fatores responsáveis pelas dificuldades no escoamento da fruta na semana passada. Anteriormente, as precipitações intensas no Vale do São Francisco (BA/PE) afetaram a qualidade dos melões locais – mesmo que, agora, estes representem apenas uma pequena parcela do total.

Uva – As chuvas ocorridas no Vale do São Francisco (PE/BA) nas últimas semanas já começam a trazer problemas para viticultores locais. Além dos danos diretos, como rachadura das bagas e queda de cachos, a umidade e as temperaturas têm favorecido a incidência de doenças. O míldio, uma das maiores preocupações fitossanitárias da cultura da uva, voltou a aparecer e já tem gerado prejuízos à produção, com queda de qualidade das frutas. Caso as precipitações continuem, produtores temem que a produtividade seja novamente impactada, ficando aquém do esperado.

Fonte: hfbrasil.org.br e Climatempo

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