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Batata
Outubro 23, 2023
HORTIFRUTI/CEPEA: Fertilizante passa de "vilão" nos últimos anos para "mocinho" em 2023
Saiba os motivos para a queda nos preços deste insumo no período

Por Hortifruti Brasil
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HORTIFRUTI/CEPEA: Fertilizante passa de Ver fotos

Piracicaba, 23 – Os levantamentos de Painel realizados para o Especial Batata 2023 apontam uma queda nos preços dos principais insumos utilizados na  produção de batata. Esse alívio em 2023 foi verificado após acentuada alta nos valores nos dois anos anteriores. Em 2021 e em 2022, o fertilizante foi o principal “vilão” dos avanços nos custos de produção, ao passo que, em 2023, o insumo se tornou o “mocinho”.

Entre os cinco modelos típicos de produção estudados nesta edição, a safra das águas de 2022/23 no Sul de Minas Gerais foi o que apresentou a queda mais expressiva dos valores dos fertilizantes, de 38%, ao passo que, no período do inverno 2023, foi o que registrou a menor diminuição, de 11%. A razão disso está no período de compra dos insumos. Na temporada das águas do Sul de Minas, o insumo foi comprado justamente no período de maior baixa no preço, enquanto que, no inverno, os preços já tinham subido – embora tenham permanecido abaixo dos verificados em 2022.

Para 2024, a notícia não é muito boa: como o preço do insumo voltou a ficar mais caro a partir do segundo trimestre de 2023, os custos no próximo ano devem voltar a aumentar.

 

QUAIS FORAM OS MOTIVOS PARA A QUEDA E PARA A RECENTE ALTA NOS PREÇOS DOS FERTILIZANTES?

QUEDA DOS PREÇOS (2º semestre/22 e 1º trimestre/23):

- A forte queda nos preços dos fertilizantes entre o segundo semestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023 esteve atrelada, em boa parte, ao estoque do insumo no Brasil – misturadoras vinham importando maiores volumes de fertilizantes, atentas à forte demanda e ao receio de déficit global do produto.

- Com o fim da pandemia, o crescimento econômico global ficou baixo e a demanda, enfraquecida.

- Embora Rússia e a Ucrânia ainda estejam em guerra, os insumos produzidos por estes países tiveram suas ofertas ajustadas por outras fontes ou mesmo continuaram a ser comercializados.

- O preço internacional do petróleo registrou queda em alguns meses, o que, por sua vez, foi repassado para os fertilizantes.

 

ALTA DOS PREÇOS (2º trimestre/23):

- Em 2023, a desvalorização de algumas commodities agrícolas levou produtores a adquirirem insumos com cautela, mas, com a proximidade das safras, agricultores voltaram a adquirir os fertilizantes. Com os estoques recuando e a demanda aumentando, houve espaço para novos reajustes nos preços.

- A demanda global volta a aumentar, e importantes players mundiais, como a Índia e a China, demandam maiores volumes de fertilizantes. Esse cenário se somou à procura por parte de outros países do Hemisfério Norte pelo insumo.

 

Os preços de outros importantes itens apresentados nas planilhas de custos também recuaram, reforçando o movimento de quedas nos custos de produção em 2023 (exceto mão de obra), confira:

ÓLEO DIESEL: Os preços do diesel caíram em 2023, influenciados pela maior oferta global do petróleo e seus derivados, após os problemas enfrentados pela aquecida demanda pós-pandemia e o receio de que poderia haver déficit do combustível fóssil em função da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. No entanto, o valor internacional do petróleo voltou a subir recentemente, e, caso esse cenário se persista, o diesel também pode ter reajuste positivo nas próximas safras.

DEFENSIVOS: Produtos de uso comum na cultura de batata e também de grandes commodities agrícolas apresentavam estoques maiores, e, por isso, os preços recuaram. Ressalta-se que a forte queda observada nos gastos com defensivos entre 2022 e 2023 em Vargem Grande do Sul frente à registrada no Sul de Minas está atrelada ao uso mais intensivo do insumo na praça paulista em 2022, devido à pressão fitossanitária maior nessa praça naquele ano.

ARRENDAMENTO: Foi fortemente pressionado pelo boom das commodities entre 2021 e 2022, mas os valores se estabilizaram em 2023. Houve reajuste somente na temporada das águas do Sul de Minas Gerais, devido à maior demanda por parte da própria cultura da batata e também outros HFs.

CARP (CUSTO ANUAL RECUPERAÇÃO DO PATRIMONIO): Em 2023, os valores se estabilizaram, mas a tendência recente é de queda, já que parte dos maquinários e implementos registrou recuo de preços. Esse cenário é atribuído à menor demanda por parte de produtores das grandes commodities e à produção mais regular de componentes para a fabricação desses maquinários, após percalços enfrentados durante a pandemia.

MÃO DE OBRA: Os valores de contratação voltaram a subir, depois de terem se atenuado durante a pandemia. Além disso, agentes relatam dificuldades em encontrar trabalhadores qualificados.

Saiba mais sobre os custos de produção de batata lendo a matéria de capa da edição de outubro da revista Hortifruti Brasil.

Fonte: hfbrasil.org.br

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