×
Setembro 28, 2022
HORTIFRUTI/CEPEA: Quem está usando agricultura digital?
Aplicações da Agricultura 4.0 já são observadas no setor de HF

Por Hortifruti Brasil
Compartilhar
+ Mais opções
  • Facebook
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
HORTIFRUTI/CEPEA: Quem está usando agricultura digital? Ver fotos

Piracicaba, 28 – Aplicações da Agricultura 4.0 já são observadas no setor de HF, como uso de drones e sistemas de gerenciamento. No entanto, ainda há muito espaço para crescer. Faltam estudos específicos para o setor de HF e infraestrutura no campo (a internet não chega e quando chega é de má qualidade), há carência de banco de dados, é preciso adaptar alguns maquinários para o setor e ter mão de obra capacitada. Veja abaixo relatos de alguns dos principais produtores de HF do Brasil:

“Para mamão, programas de monitoramento e gerenciamento já têm sido utilizados, a fim de trazer mais precisão, economia e sustentabilidade. Em minha empresa, por exemplo, já são usados drones, estação meteorológica, sistema de gerenciamento e energia solar nos packing houses. Um desafio para o setor, além da genética da planta, é a mecanização do embalamento, que somente será possível com IA e robotização, já que o mamão é bastante desuniforme. ”

Rodrigo Pontini Martins, Sócio e Diretor comercial da UGBP (União dos Produtores de Mamão Brasileiro)

 

“A agricultura digital e de precisão podem trazer diversos benefícios ao setor de uva.  Há, por exemplo, uso de sensores, satélites, programas de monitoramento e gestão. Porém, ainda são tecnologias utilizadas parcialmente, visto que ainda é necessária uma maior aplicabilidade e validação no campo, com adaptação das ferramentas a fruticultura e tradução/interpretação dos dados gerados. Para isso, é preciso ter uma conexão maior entre o acadêmico, empresas de tecnologias e produtores".

Newton Shun Iti Matsumoto, Sócio proprietário da Rupestris e cooperado da Coana (Cooperativa Agrícola Nova Aliança)

 

“No Brasil, alguns maquinários e programas até existem e já chegam a ser utilizados. Porém, há necessidade de uma maior infraestrutura e financiamento para produtores e para as empresas que produzem essas tecnologias, visto que são tecnologias caras. O governo do Chile, um dos nossos principais concorrentes, ajudou neste financiamento. Ainda falta pesquisa para interpretação dos dados e da imagem dos pomares quando aparece uma doença fúngica. A leitura das plantas ainda não é muito clara por aparelhos”.

Pierre Nicolas Pérès, Diretor geral da Pomagri e Presidente da ABPM (Associação Brasileira dos Produtores de Maçã)

 

“O grupo, em si, trabalha com duas linhas de digitalização, uma que visa a precisão das operações e outra, a geração da informação, no intuito de ajudar na tomada de decisão. Porém, de modo geral, a horticultura ainda é muito amadora. Os principais desafios são: há necessidade de adaptabilidade dos serviços e maquinários ao setor, de reforçar a tecnologia dentro da cultura das empresas e aumentar o nível analítico. Hoje, existe informação, mas muitas vezes não fica claro o que fazer com elas".

Eduardo Sekita de Oliveira, Diretor Executivo da Sekita Agronegócios e Presidente do Instituto Brasileiro de Hortaliças (Ibrahort)

 

“Há pouca tecnologia ainda sendo usada para batata. Basicamente se utiliza um software administrativo, que anexa informações e custos, e um sistema de sincronização via satélite para a plantadeira, que garante um melhor espaçamento e alinhamento. A colheitadeira mecânica ainda machuca a batata, não sendo usada para produção de mesa. Um dos principais desafios é que os maquinários usados são precários para o embarque dessas tecnologias”.

Marcos Rogerio Boschini, Sócio Diretor da ADF Lavoura e Pecuária

 

“As tecnologias de precisão e de geração de informações já estão sendo utilizadas no setor. Porém, é um trabalho ainda embrionário. Isso porque, por serem culturas rasteiras, com folhas sobrepostas, ainda é necessário que os maquinários sejam mais adaptados. Estão trabalhando em busca disso, assim como já avançaram bem no uso de biológicos. Os principais benefícios que podem trazer são: redução de produtos utilizados, mais eficiência nas atividades; redução do custo, menor impacto ambiental e maior economia de mão de obra, que já está escassa”.

Francisco Vieira, Diretor Presidente da Brazil Melon

 

“Para folhosas, não há praticamente nada disponível. O sistema de gestão de custos não é aderido fortemente, muito devido à própria estrutura do setor, com bastante produtores de pequeno porte. Os EUA são um exemplo a ser seguido. Lá, o investimento tecnológico é maior, e o semeio é realizado em papéis biodegradáveis, o plantio é mecanizado, e praticamente não se usa defensivo. Além disso, há várias cultivares de alface resistentes doenças e com melhoramento genético”.

Luis Itsushi Yan, Proprietário do Sítio Yano e Associado do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes

 

“Pensando em soluções tecnológicas, criamos há dois anos o desafio Agrodan Tech, com o objetivo de achar tecnologias que ajudassem a preservar o meio ambiente, aumentar a eficiência da produção e diminuir resíduos e custos. A empresa já está aplicando diversas tecnologias, desde a produção até a gestão. E este é um crescimento que não vai ajudar só a gente, mas o setor como um todo”.

Paulo Dantas, Fundador e Diretor comercial da Agrodan

 

“A agricultura digital, automatizada e de precisão já faz parte das grandes culturas, e a Trebeschi tem trazido grande parte desta tecnologia para módulos adequados aos hortícolas. Vejo, hoje, que existe uma oportunidade gigantesca para que essas tecnologias cresçam no setor, para que possamos, juntos, levar o que há de melhor para os nossos consumidores. Independentemente da escala do produtor, os benefícios que podem ser colhidos com a implantação de tecnologias são muitos”.

Edson Trebeschi, Diretor Presidente da Trebeschi

 

“Eu acho que, dentro do ambiente de citricultura, o principal processo que temos usado é a digitalização de informações para a parte de custo de produção. Então, a primeira coisa que você precisa ter é o domínio da sua gestão. Considero como pilares da automação e da digitalização: a redução do custo e os ganhos de eficiência, de produtividade e de vantagem competitiva para o seu negócio".

Emilio Fávero, Proprietário e Diretor comercial da Alfa Citrus

 

“Antes de aderir a agricultura digital e de precisão é preciso resolver coisas mais básicas. Como experiência própria, adotamos diversas praticas digitais e de precisão que não foram efetivas, tivemos que voltar um pé atrás e ter um acompanhamento técnico melhor. A agricultura digital e de precisão é a cereja do bolo, mas antes é preciso fazer a base. As atividades que desenvolvemos, hoje, são relacionadas à operacionalização do campo, mas também à gestão”.

Fabricio Fugita, Diretor de produção da Fugita

 

“Cada vez mais a tecnologia digital está presente no campo. Utilizamos ferramentas de leitura e apontamento de pontos de Sigatoka Negra, por exemplo, a fim de ter um controle mais efetivo. Os drones também tem tido maior notoriedade nos últimos anos. São importantes para se fazer o mapeamento da área e aplicações mais precisas de caldas de defensivos, trazendo maior eficiência e reduzindo o custo de produção”.

Jeferson Magário, Sócio Gerente da Fazenda São Carlos – Grupo Magário

 

Quer saber mais sobre agricultura digital no setor de HFs? Leia a matéria de capa completa da edição de setembro da Revista Hortifruti Brasil.

 

 

Fonte: hfbrasil.org.br

A reprodução do nosso conteúdo só é permitida com a citação da hfbrasil.org.br como fonte. Para saber mais sobre nossa política de reprodução clique aqui

Tags
4.0
agricultura
agricultura 4.0
agricultura digital
drone
hf
Hortifruti
sistema de gerenciamento
tecnologia