Piracicaba, 25 – Na parcial de junho (1° a 21), a média dos valores de comercialização da batata ágata especial – ponderada pela classificação – ficou em R$ 147,00/saca de 25 kg, aumento de 14,4% em relação a maio. A valorização é reflexo da oferta controlada, já que as regiões produtoras das águas encerraram a safra em maio, e o volume proveniente das secas ainda não é expressivo, pelo menos até a primeira quinzena em junho.
A menor oferta se deve também aos problemas produtivos, decorrentes das condições climáticas adversas. No Paraná, as altas temperaturas durante a fase de plantio das batatas acarretaram em redução de calibre e menor produtividade – cerca de 15% a 30% abaixo do potencial para o período –, o que explica o volume abaixo do esperado ofertado pelo estado.
No Sul e Cerrado Mineiro, a falta de chuva seguida de calor intenso prejudicou a fase de emergência e desenvolvimento das plantas, além elevar a incidência de pragas nas lavouras. Com isso, a produtividade foi afetada, ficando na média de 24,8 t/ha no Sul de Minas e 33 t/ha no Triângulo Mineiro. Já em Cristalina (GO), que deu início às colheitas em junho, os principais problemas foram as temperaturas extremas e o alto volume de chuvas durante os primeiros meses de plantio, que resultaram em batatas miúdas e problemas de produtividade nas lavouras colhidas.
No Sudoeste Paulista (SP), que também iniciou as atividades neste mês, o calor intenso e falta de chuvas elevaram a proliferação de pragas nos campos e afetaram a qualidade das batatas, as quais apresentaram calibre menor do que o ideal. Na Chapada Diamantina (BA), o calor registrado desde o início do ano também tem afetado a qualidade dos tubérculos e um pouco os rendimentos, que embora sejam estimados na média de 45 t/ha, ainda estão abaixo do potencial da região. E para finalizar, Ibiraiaras (RS), que deveria estar contribuindo para a oferta, teve sua safra comprometida em função das chuvas.
De acordo com produtores de todas as localidades citadas, a previsão é de que, com as menores temperaturas registradas a partir de maio, as lavouras colhidas de julho em diante apresentem resultados mais satisfatórios. Estima-se que 30% da área total da safra das secas seja ofertada em julho, restando muito pouco para agosto, quando se encerra a safra das secas e se intensifica a de inverno.
Fonte: hfbrasil.org.br