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Melancia
Março 12, 2020
HORTIFRUTI/CEPEA: Coronavírus pode afetar as exportações de frutas?
Cresce a preocupação quanto à economia mundial

Por Caroline Ribeiro, Fernanda Geraldini e Marcela Barbieri
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HORTIFRUTI/CEPEA: Coronavírus pode afetar as exportações de frutas? Ver fotos

Piracicaba, 12 – Com o avanço do novo coronavírus pelo mundo, as preocupações quanto aos impactos na economia global se elevam por parte de investidores e dos governos, principalmente devido à possibilidade de uma recessão. Embora os reflexos ainda sejam indefinidos, várias instituições têm reduzido as perspectivas de crescimento mundial.

Na China, onde a doença se originou, os efeitos são ainda mais intensos: a interrupção das atividades industriais, comerciais e de serviços, devido ao período de quarentena, afeta não só a atividade econômica, mas também o consumo. Caso este cenário se mantenha, as exportações brasileiras de frutas poderiam ser afetadas?

Isoladamente, a China não se caracteriza como grande compradora das frutas brasileiras no mercado internacional. No entanto, há de se considerar que países concorrentes nos envios de frutas ao país asiático podem ter seus embarques limitados. A solução? Destinar as exportações a outros demandantes, os quais podem ser concorrentes diretos do Brasil.

As exportações peruanas de manga à China, por exemplo, estão paralisadas. Segundo notícia do portal Fresh Plaza, este cenário preocupa produtores locais, já que, em 2019, cerca de 10 mil toneladas da fruta foram enviadas a este destino. A solução, enquanto os embarques não são normalizados, está em intensificar a exportação para outras localidades, especialmente para países da Europa – principal destino das exportações de frutas brasileiras.

Na Itália, país mais atingido pelo vírus em toda a Europa, as atividades também estão paralisadas. Segundo a Reuters, produtores temem, além da falta de comercialização durante o período de quarentena, que o comércio de produtos locais seja prejudicado pelo medo da contaminação.

O maior impacto à fruticultura exportadora do Brasil, portanto, seria uma possível redução da demanda europeia, diante da paralisação e/ou redução da comercialização no bloco e da maior concorrência entre os países. Para muitas frutas, este impacto ainda é incerto, já que o período de maiores exportações nacionais é o segundo semestre – como é o caso da uva, melão, melancia e da manga. Contudo, colaboradores do Hortifruti/Cepea já têm relatado certa redução da demanda internacional por manga e lima ácida tahiti (sendo que, para a segunda, o principal período de envio é justamente o primeiro semestre).

Este também é o caso da maçã, cujos impactos podem ser maiores, já que o primeiro semestre é o principal período de comercialização. Neste ano, especificamente, a elevada oferta de frutas miúdas (preferidas nos principais destinos da maçã brasileira) trazia boas expectativas quanto aos envios em 2020.

Vale lembrar que, além das questões comerciais, outro fator que pode impactar nas exportações de frutas do primeiro semestre é a chuva mais frequente nas principais regiões produtoras do Brasil, em especial no semiárido – responsável pela maior parte dos envios brasileiros. Recentemente, as chuvas já afetaram a qualidade de melões, melancias, mangas e uvas, o que também impactou os embarques internacionais.

CUSTOS X PREÇOS – Outro efeito de médio prazo decorrente da pandemia seria o aumento dos preços das frutas. Para o caso de insumos que são importados da China, por exemplo, a paralisação das atividades, caso se prolongue, pode impactar os fluxos comerciais entre praticamente todos os países.

Isso, atrelado à expressiva alta do dólar, podem resultar em aumento dos custos de produção e, consequentemente, dos preços das frutas. Contudo, há de se considerar que os eventos climáticos adversos têm sido frequentes no País e podem afetar a oferta de HF's ao longo ano, sustentando os preços no mercado.

Fonte: hfbrasil.org.br, Reuters, Fresh Plaza, OCDE, G1 e BBC

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