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Fevereiro 9, 2023
ESPAÇO HF: Previsões climáticas para o Brasil em 2023, por Fábio Marin
Sai La Niña, entra El Niño?

Por Fábio Ricardo Marin
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Piracicaba, 09 – Estamos desde meados de 2020 sob a influência do La Niña, e agora, estamos na fase final da atuação do fenômeno. No mês que vem, provavelmente estaremos entrando em neutralidade climática, mas a partir do mês de maio, temos uma perspectiva bastante forte de estar sob influência do El Niño, pois a temperatura do oceano vem subindo rapidamente. Assim, os modelos (especialmente o do NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration, agência de meteorologia norte-americana) apontam que haverá uma transição bastante rápida.

No Sudeste, é um caso bastante interessante porque não há grandes influências de El Niño e La Niña, assim como o Centro-Oeste do País. Nestas regiões, é ainda mais importante estar atento às previsões climáticas de curto prazo. Já no Sul e no Norte e Nordeste, os efeitos do fenômeno ENOS são mais claros: estamos na terceira safra seguida de seca no Sul, e de chuva acima da média no Norte e Nordeste.

No Nordeste, onde estão localizados importantes polos importantes de fruticultura, normalmente temos ciclos de dois ou três anos de seca e ciclos de dois ou três anos de chuva. Ainda assim, é muito difícil fazer uma previsão de longo prazo. O que se pode dizer é que, em anos de La Niña, as chuvas possivelmente estarão acima da média, e agora, com a entrada do El Niño, essa tendência deve se reverter. Desta forma, deixo este alerta para o produtor do Nordeste e do Norte do País: possivelmente, entraremos em uma fase de chuvas um pouco mais escassas!

O fenômeno deve começar a atuar a partir de maio, mas quase que com certeza em julho. É difícil falar da intensidade, mas normalmente ele não começa intenso, já que o aquecimento da água é lento e gradual. Assim, para este ano, tudo indica que teremos um El Niño fraco, com exceção dos dois extremos do País, onde os efeitos podem ser mais visíveis.

PREVISÃO TRIMESTRAL – Na Esalq, normalmente nos baseamos em modelos de institutos de meteorologia, e estes estão indicando uma oscilação nos próximos três meses: fevereiro com chuvas acima da média em boa parte do Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul; março os modelos apontam queda no volume de chuva e manutenção da seca no RS, e em abril, voltam as chuvas dentro ou acima da média. É importante lembrar que o Brasil é muito grande, então pode ocorrer que, em alguma região, o cenário seja diferente do previsto para o geral do País.

Para mais informações sobre agrometeorologia e previsões de curto prazo, acesse meu canal no YouTube clicando aqui.

Fábio Ricardo Marin é professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq/USP na área de física e meteorologia.

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