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Junho 21, 2022
ESPAÇO HF: Desafios da horticultura no Brasil
Custos em alta e economia lenta estão desafiando o setor no curto prazo

Por Eduardo Sekita de Oliveira
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Piracicaba, 21 – A horticultura vive, atualmente, um momento de apreensão. Aumento significativo dos custos de produção (puxado principalmente pela alta dos insumos, havendo inclusive falta de alguns produtos), mão de obra cada vez mais escassa em algumas regiões e a situação econômica do País, com muitos consumidores com menor poder de compra.

Mesmo com a tendência de saudabilidade tão em alta, em momentos de fragilidade financeira, ou seja, quando o consumidor precisa “escolher” o que levar, são os alimentos mais essenciais que são levados para casa – muitas vezes, deixando as hortaliças de lado.

Nos últimos meses, outro fator que foi limitante ao consumo de hortaliças foi o aumento dos preços da maioria delas, em virtude dos impactos climáticos na produção. Inclusive, neste sentido, a mídia acaba dificultando ainda mais a situação, colocando a cenoura, ou o tomate, como vilões da inflação, mas sem trazer informações reais sobre o motivo para tais valorizações. É importante lembrar que o produtor não tem o poder de aumentar os preços por vontade própria; os preços apenas seguem a lei da oferta e da procura.

Além desses desafios de curto prazo (relacionados aos custos em alta e à demanda enfraquecida), o setor também enfrenta desafios de médio e longo prazos. Um deles é reduzir a informalidade, aumentando a profissionalização e produzindo da forma adequada, com utilização responsável de insumos e preocupação com o colaborador, a sociedade e o meio ambiente. Outro ponto importante é aumentar a adesão tecnológica, buscando otimizar a produção e reduzir os custos unitários, para que os produtos cheguem ao consumidor com um preço justo, mas ao mesmo tempo gerem uma margem ao produtor que seja suficiente para viabilizar a continuidade da atividade.

Além de questões diretamente relacionadas à lavoura, temos que também estar atentos às demandas do consumidor. Cada vez mais a população está buscando diferentes experiências de consumo, além de estar mais consciente quanto à segurança do alimento, formas de produção e responsabilidade ambiental e social. Outro ponto importante é estar atento a outros países, tanto como potenciais concorrentes (como por exemplo no setor do alho) quanto como potenciais mercados para exportação de hortaliças.

Eduardo Sekita de Oliveira é produtor de hortaliças e atual presidente do Instituto Brasileiro de Hortaliças (Ibrahort). Juntamente com Edson Trebeschi, participará de um bate-papo no dia 23 de junho às 14h30 sobre o futuro da horticultura brasileira. O debate ocorrerá na Sala do Produtor, na Hortitec, e será transmitido ao vivo em nosso canal no Youtube. Participe!

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