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Maio 17, 2016
Crescem importações de maçã, mas pera ainda é a queridinha
Compras de pera recuam 27%, enquanto as de maçã sobem 17%

Por Letícia Julião
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Para 2016, estimativas do Hortifruti/Cepea apontam recuo no gasto com as importações de frutas frescas. E, por enquanto, essa previsão tem se consolidado – de janeiro a abril, o Brasil comprou 146 mil toneladas de frutas frescas, com gasto equivalente a US$ 155 milhões no período, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Tanto em valor quanto em volume, o recuo é coincidentemente de 12,8% frente ao mesmo período de 2015. As três frutas mais importadas pelos brasileiros são, em ordem de importância, pera, uva e maçã – juntas, elas correspondem a 64% de todo o montante gasto com as importações. 

A pera é, de longe, a fruta mais buscada fora do Brasil, já que o País praticamente não a produz. De janeiro a abril/16, as aquisições dessa fruta somaram 51 mil toneladas, com gasto de US$ 48 milhões, recuo de 33% e de 27%, respectivamente, em relação aos mesmos meses do ano passado. Um dos motivos dessa queda é a menor produção da Argentina, principal fornecedor de peras ao Brasil. A quebra de safra do país vizinho é estimada por agentes do setor em 35% devido ao frio e chuvas de granizo durante a florada. Além disso, o preço médio da pera (em dólar) está mais caro, o que desestimula as importações neste período de crise econômica brasileira.

A importação de uva também apresentou queda na parcial deste ano de 14% em volume e também em valor, somando 17 mil toneladas e gastos de US$ 28 milhões, segundo a Secex. Para esta fruta, o Chile é o principal fornecedor, seguido da Argentina. E a queda nas compras tem o mesmo motivo – recuo na safra nestes dois países devido ao clima adverso na época de florada. No Chile, o frio fora de época causou abortamento de flores, resultando em menor volume na safra 2015/16.

No caso da maçã, por outro lado, as compras aumentaram no primeiro quadrimestre do ano. Importadores brasileiros adquiriram em torno de 26 mil toneladas de maçãs de janeiro a abril, aumento de 23% frente ao mesmo período de 2015, de acordo com a Secex. O valor gasto no período foi de US$ 24 milhões, alta de 17%. A princípio, esperava-se que as importações dessa fruta recuassem, pelo menos no primeiro semestre, quando o Chile e a Argentina são os principais fornecedores. Isso porque, pelos mesmos motivos da uva e da pera, a produção nesses países recuou, além de a maçã estar mais miúda, o que desestimula as negociações internacionais. Porém, esses dois países têm enviado mais maçã ao Brasil, e das mesmas variedades que produzimos aqui: gala e fuji. Normalmente, ambos enviam a variedade red.  Mas, neste ano, o preço em alta das maçãs nacionais tem estimulado a concorrência com as importadas, que estão 4% mais baratas em dólar – considerando o preço médio (FOB) de janeiro a abril, que foi de US$ 0,90/kg. Além disso, com os rumores de que o estoque de gala nacional termine mais cedo neste ano, alguns importadores já têm mantido negociações com exportadores de outros países para garantir suprimento da fruta até o final do ano.

 

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